O entardecer vestia-se de um hálito morno, como rastros do sol ardente que iluminara o dia. Não havia aquele frescor que nos abraça o corpo e faz as entranhas clamarem por algo que nos aqueça, mas a alma pedia, ainda que timidamente, o inebriante passeio pelo aveludado sabor do chocolate.
Estou sozinha, no aconchego de uma poltrona onde me afundo, e divido com os objetos à minha volta o embalo de Carmina Burana. Está vendo esta nuvem sobre a xícara que se ajeita entre as minhas mãos? Chegue mais perto... Venha sentir o perfume cítrico da casca da laranja. Perceba o toque amadeirado da canela. Feche os olhos... Inspire! Inspire! Deixe-se envolver e brinque entre o doce e o amargo do chocolate.
Como se sente? È o êxtase, não é?
A mistura destes ingredientes é simplesmente um poema de aromas e sabores!
O chocolate já é, por si só, uma ode ao paladar!
Os gregos o chamavam de “alimento dos deuses”, em grego, Theobroma, nome com o qual o botânico sueco Linneu batizou, em 1753, a árvore cujo fruto é o cacau, popularmente chamada de cacaueiro. Independente das teorias e experiências científicas sobre a capacidade estimulante da grande quantidade de cafeína que se encontra em sua composição, o chocolate é, acima de tudo, sedutor.
Sente-se ao meu lado, nesta outra poltrona. Tome esta xícara entre as mãos (estava esperando você) e sinta o calor que pulsa nela. Leve-a aos lábios, devagar, bebendo primeiro a nuvem que dela se desprende. Agora a incline e deixe o chocolate escorrer, lenta e aveludadamente, para dentro da sua boca. Não engula ainda! Explore primeiro a sua textura e cada nuance do seu sabor. Pode engolir agora! Abra sutilmente a boca e embriague-se com o seu hálito. Não é fantástico?
Se quiser fazer novos passeios com o chocolate, visite os links acima, e encontrará, em vários contextos, toda a poesia do seu aroma e paladar.
Nunca um chocolate desceu tão macio e reconfortante. Parabéns pelo texto!
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